quinta-feira, 5 de julho de 2012

Fechar com os melhores

Termina aqui a vida deste BLOG DO EUROPEU. E fecho com a minha escolha não do onze, mas do doze ideal, contemplando o "arma secreta". Com toda a subjectividade inerente a este tipo de selecções. Mas uma coisa é certa: vi, em directo ou em diferido, todos os jogos da prova, pelo que, pelo menos, é uma escolha baseada em factos. Os meus, claro. Aqui vai:

GR: Buffon (Ita.): Apesar de Casillas ter sido campeão, Buffon fez um Europeu extraordinário, e se calhar, despediu-se em grande dos grandes palcos

Defesa direito: Arbeloa (Esp.): Nunca apreciei este lateral, mas esteve enorme na coriácia defesa espanhola.

Defesas centrais: Pepe (Por.) e Sérgio Ramos (Esp.): a dupla do Real Madrid. Pepe imperial, em todos os jogos, o primeiro a dar o exemplo na selecção portuguesa. Ramos, para mim, surpreendente pela qualidade e maturidade.

Defesa-esquerdo: Jordi Alba (Esp.): que Europeu fez, a defender e a atacar.

Médios-centro: Pirlo (Ita.) e Khedira (Ale.). Pirlo foi apenas e só o melhor jogador do torneio, na minha opinião. Khedira, esteve em todo o lado e por ele a Alemanha era campeã.

Médio-direito: Jiracek (RC): ficou nos quartos de final mas até aí foi dos 3 melhores

Médio-esquerdo: Iniesta (Esp.): Classe à parte, a pôr a equipa a jogar e a...vencer

Avançados: Ronaldo (Por.) e Balloteli (Ita.). Ronaldo, apareceu quando já não se esperava e bem. Ballotelli, já anunciava que ia partir tudo (fosse de que forma fosse) e fê-lo na meia-final e bem.

12º jogador: Fabregas (Esp.) Não jogou sempre de início, mas a equipa esteve sempre (muito) melhor com ele e acabou por ser elemento-chave da vitória espanhola.

E pronto, em 2014 há mais. Até lá!

domingo, 1 de julho de 2012

A melhor equipa ou Glória à consistência!

Como quase sempre me acontece nestas coisas de europeus e mundiais, quem eu queria que ganhasse a final, perdeu-a. Já estou habituado, são umas atrás das outras! Mas como, à excepção do Euro2004, nunca está a minha equipa nacional envolvida, nem posso falar de tristeza. É mais uma sensação de desilusão...que passa depressa.

Tão depressa que, passe a simpatia pelas lágrimas de Bonnuci (o rapaz estava insconsolável), Pirlo e até de Balloteli, dei por mim a pensar nos minutos a seguir ao jogo que quando ganha a equipa mais forte também está bem. E a verdade é que pese o estilo de jogo calculista, muitos vezes mastigado, decalque imperfeito do Barça (falta Messi...logo mais verticalidade, velocidade e fantasia ), esta selecção espanhola é mais forte do que os seus adversários.

Digo mesmo que pelos meus critérios - admito que exigentes neste aspecto - a Espanha é neste momento a única GRANDE EQUIPA do futebol de selecções. E as grandes equipas demoram a ser construídas, vivem de possuirem uma forma de jogar com raízes, quase sempre inspirada e baseada num dado clube formecedor do núcleo duro de jogadores do onze. São equilibradas colectivamente, não vivem só das estrelas, defendem bem, sabem ter a bola, e não se desbaratam perante as dificuldades. Podem ser mais ou menos chatas, mais ou menos excitantes, mas acima de tudo são consistentes e... ganham. Olhando para trás na minha experiência de ver futebol de selecções europeias, foi assim a Alemanha de Rummenige, Alofs, Littbarski. Ou a Itália de Zoff, Tardeli, Scirea, Gentile. Ou ainda a Holanda de Gullit, Van Basten, Rijkaard e a França de Zidane, Blanc, Vieira. E, agora, a Espanha de Casillas, Xavi, Iniesta. Por aqui vêem o que entendo por grandes equipas...

Hoje preferia que tivesse ganho a Itália pós-cattenacio. Mas esta mostrou que que lhe falta (ainda?) consistência. E se calhar essa é a palavra-chave. A consistência que também faltou à Alemanha, apesar da enorme qualidade tantas vezes demonstrada (15 vitórias consecutivas em jogos oficiais antes de perder com a Itália). E não é por acaso que a Alemanha falhou antes em 2006, em 2008, 2010 e 2012, mesmo que tenha sempre encantado nas provas referidas. Talvez em 2014 a experiência entretanto adquirida pelos seus jovens jogadores torne a equipa mais consistente e ganhadora na hora da verdade... Acredito que sim.

Hoje ganhou a consistência. Como quase sempre acontece. E esta Espanha só vai ser ultrapassada quando surgir uma equipa mais consistente ou quando a própria Espanha perder essa qualidade distintiva. Para já, mão à palmatória, glória aos vencedores e esperança aos vencidos.

PS: Falta uma nota final - Portugal terá sido porventura a equipa que melhor emperrou a máquina espanhola, tendo mesmo sido a única a não sofrer golos dos multi-campeões. Mas convém não esquecer que não conseguimos uma única oportunidade de golo clara durante os 120 minutos desse jogo. Poupem-me, por isso, e por tudo, a vitórias morais.

Saia uma final à altura, por favor!

Antes do último dois jogos da fase de grupos da prova, escrevi aqui que estavámos a ser brindados com um Europeu de muito bom nível - em termos de futebol jogado, dos muitos golos marcados, das boas arbitragens, da correcção generalizada dentro e fora dos relvados.

Claro que, como sempre acontece nestas competições, os jogos a eliminar trouxeram mais cautelas, mais medo de perder, logo menos golos e espectáculo. Mas se desde os quartos-de-final tivemos dois (incrivelmente os primeiros da prova!) "nulos", a verdade é que as equipas têm resistido ao futebol negativo, mesmo que se note cada vez mais os efeitos do desgaste que afecta os jogadores, numa altura em que já deviam estar de férias. E se tivermos em conta que praticamente não tem havido expulsões (actualmente tão em moda, devido aos exageros na amostragem do segundo "amarelo"), muito menos por acções violentas ou de desrespeito por adversários ou árbitros, e que as decisões destes têm sido quase esmagadoramento correctas (de tal forma que é necessário o grande zelo dos comentadores para desencantarem um caso aqui e ali). Mas a realidade é que destacar estes aspectos positivos não parece ser muito proveitoso pelo que vão passando em claro. O que é pena.

Dito isto, aquilo que agora se pede e espera é que a final de hoje faça justiça à qualidade geral deste Europeu, e que não tenhamos em campo duas equipas cheias de medo uma da outra, com mais medo do que perder do que vontade de ganhar. Infelizmente foi isto que se viu no Portugal-Espanha, e talvez seja essa a razão para que em geral se perceba uma preferência dos adeptos "neutrais" pela vitória italiana (no nosso caso, agravada pela sofrida eliminação às mãos dos espanhois).

Podem dizer que futebol não tem nada a ver com sorte ou com justiça. Sobre a primeira parte da afirmação, a da sorte, já me debrucei aqui: se o futebol não tivesse nada a ver com a vida talvez não tivesse nada que ver com a sorte. Quanto à questão da justiça, por muito que questionem a ideia aplicada ao futebol, continuo a achar normal que seja justo que quem faz as despesas do jogo tenha direito a ser mais bem servido...pela sorte. Concordo que cada um tem direito a utilizar as armas que possuiu e que a estratégia faz parte do jogo (se não concordasse com isso não estaria a respeitar o jogo), mas tenho igualmente direito a ter, e manifestar, a minha simpatia pelas equipas que procuram mais o golo - afinal de contas o objectivo do jogo -, que mais vezes chegam lá perto, enfim que mostram mais coragem. Naturalmente, como bom adepto, deixo de fora deste raciocínio geral a minha própria equipa.

Ora, neste Europeu, para surpresa de muitos, a Itália mostrou uma coragem e ofensividade no seu futebol que desmente o senso comum da retranca italiana. Jogadores como Pirlo, Cassano, Diamanti ou Balloteli têm encantado pela qualidade e beleza do seu futebol. Sempre com um forte suporte colectivo, defensivo também, com uma coesão a todos os níveis impressionante e que permitiu por exemplo deixar a forte Alemanha pelo caminho sem dó nem piedade.

Por outro lado, o "futebol sem balizas" da selecção espanhola, que tem corrompido o modelo do tiki-taka com preocupações defensivas e a obsessão do equílibrio colectivo, tornou o seu jogo aborrecido e... , à sua maneira, italianizado. Curiosa e irónica inversão de papéis que leva a uma inversão geral de preferências e simpatias do "mundo" dos adeptos de futebol. E em que eu me incluo, sem qualquer problema.

Ou antes, só com um pequeno problema: diz-me a experiência de ver provas destas há muitos anos que no fim quase sempre ganham os mais chatos... Poupo-vos os muitos exemplos, para não dar...azar.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O momento de Paulo Bento

Não se trata da velha história das vitórias morais, apenas da mais elementar justiça: Portugal superou as expectativas neste Europeu de Futebol.

Quase todos os portugueses, incluindo eu (admito, sem problemas) não esperavam nada desta selecção e afinal a equipa ficou muito perto da final. E graças a quê?

Ao facto de Portugal ter sido uma equipa forte em termos colectivos, trabalhadora, humilde e forte mentalmente. Cristiano Ronaldo ajudou, claro, mas só em dois jogos e os golos que marcou foram construídos pelos colegas. Foi acima de tudo o grupo que ultrapassou as dificuldades, desde logo o famoso grupo da morte, em que começou, ainda por cima, com uma derrota.

E quem devemos considerar como o principal responsabilizar por isso e consequentemente pelo comportamento mais do que positivo da selecção neste Euro? O treinador, naturalmente. E sabemos que as equipas têm tendência para ser parecidas com os seus treinadores. Portugal foi coeso, humilde, dedicado, lutador. Como Paulo Bento. E isso deve ser reconhecido, realçado, admirado e elogiado.

Desde que chegou à Selecção Paulo Bento alcançou e superou os objectivos propostos. O apuramento para o Euro-2012 estava negro e...chegamos lá, com sofrimento mas chegamos. O grupo na fase final era de morte, a equipa não marcava golos há vários jogos, perdemos a importante primeira partida e,,, fomos até às meias-finais e só saímos nos penaltis.

E digo isto mesmo sem me identificar com Paulo Bento como treinador, Sem contradição com o que disse atrás: admiro a sua seriedade, capacidade de trabalho e rigor, mas não o considero um treinador de nível mundial. E porquê?

Falta na minha opinião brilhantismo, "golpe de asa", uma centelha de genialidade a Paulo Bento. Gosto de treinadores mais flexiveis, mais carismáticos, menos teimosos e cinzentos. Não posso concordar por exemplo que insista até à exaustão em jogar sempre com um ponta-de-lança quando não temos qualquer "9" de qualidade (com todo o respeito pelo seu respeitável trabalho, Postiga e Almeida são, e sempre foram, uns autênticos "monos"). Não faz sentido para mim que leve um jogador como Hugo Viana (que poderia dar qualquer coisa de diferente à equipa), quando considera que ele obriga a equipa a mudar. Para Paulo Bento, mudar é assustador, um imenso desconhecido, e nunca uma solução, mesmo sendo uma necessidade.

Ainda assim, prefiro alguém como o Paulo Bento a outros que falham no mais importante: manter o coesão e equilíbrio do grupo, a disciplina interna, a seriedade. E nas selecções nacionais (ainda mais na nossa) isso é fundamental. Por isso, neste momento, Bento está de parabéns, merece toda a nossa admiração e, claro, manter o lugar e ter nova oportunidade.


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Ainda há história para fazer!

O confronto futebolistico entre os rivais ibéricos tem uma história riquissima.

São já mais de 90 anos de jogos vividos com a intensidade resultante da rivalidade histórica entre os dois países vizinhos. A rivalidade histórica, essa, já não é o que era (e ainda bem) mas a futebolística está em alta.

A equipa nacional espanhola está intimamente ligada à história da Seleccção portuguesa, que se estreou em Madrid, a 18 de Dezembro de 1921 (derrota por 3-1). Aliás, os primeiros quatro jogos da equipa das quinas tiveram os espanhóis como adversário, correspondendo a outras tantas derrotas. Algo de perfeitamente normal, se tivermos em conta que Espanha possuia um campeonato de carácter nacional desde 1903, enquanto Portugal até estreou a sua equipa nacional antes de levar a cabo uma prova nacional entre clubes (1922).

Foi preciso esperar 26 anos e 16 encontros para que vencessemos a Espanha. Foi em 1947 que num Jamor apinhado (80.000 espectadores) Portugal matou o borrego espanhol, vencendo por 4-1. Antes disso, já em 1937 Portugal ganhara a uma selecção espanhola, em Vigo, mas a FIFA não reconheceu este encontro, já que a equipa de nuestros hermanos era constituída apenas por falangistas, ou seja, apoiantes de Franco.

A verdade é que até aos anos 1960, a Espanha fez gato-sapato dos portugueses no futebol, vencendo quase sempre e por vezes até de forma contundente, como aconteceu em 1934 no primeiro jogo oficial da selecção portuguesa no apuramento para o Mundial-34. Em Madrid Portugal levou 9-0 e o jogo ficou no anedotório nacional imortalizado pela canção de Beatriz Costa: "E se Portugal trabalha como eu quero/ desta vez não falha/ nove a zero..."

A história repetiu-se com os 5-1 no apuramento para o Mundial do Brasil (1950) e reproduziu uma espécie de trauma nacional dos jogos com Espanha, apenas compensado com as vitórias no Hoquei em Patins.

A partir da década de 1960 as coisas mudaram bastante. Primeiro porque diminui muito o número de jogos realizados com os nossos vizinhos. Segundo porque, desde 1958, em doze encontros disputados Portugal apenas perdeu dois: em 2003, num amigável jogado em Guimarães, e em 2010, nos oitavos-de-final do Mundial da África do Sul, que consagrou os espanhois como campeões do Mundo.

No entanto, em tantos anos de confrontos foram apenas três os encontros oficiais em fases finais de grandes competições. E, incrivelmente, o saldo é... nulo, até nos golos: 1-1 no Euro-84 (em França), 1-0 no Euro-2004 (em Portugal) e o tal 0-1 do Mundial-2010. Registe-se que os jogos do Europeu de França e do Mundial africano foram os únicos realizado em campo neutro entre as duas selecções em mais 90 anos de história de confrontos.

Para compensar (um pouco, pelo menos) esta última derrota amarga, temos os 4-0 aplicados aos campeões do Mundo num jogo particular, em Lisboa, ainda em 2010.

Uma história com muita história e imensas estórias, que se vai renovar já amanhã, na Ucrânia, novamente com os ibéricos sob os holofotes do futebol mundial. La Roja até pode ser a favorita (basta dizer que se for campeã europeia novamente, bate um recorde notável: conquistar três grandes provas internacionais consecutivas) mas isso não costuma ser negativo para as equipas nacionais portuguesas.

Acredito que para vencer este jogo os portugueses vão ter que desejar mais a vitória do que os adversários. Querer muito ganhar, mesmo muito, para poder explorar um eventual (nem que seja mínimo) menor desejo de vencer dos já muito titulados espanhóis.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

CR7 a CR9 também na selecção

Faz amanhã 16 anos estava nas bancadas do Villa Park, em Birmingham, a ver Portugal ser eliminado, pela Rep. Checa, do Euro-96. Talvez por isso este reencontro preocupou-me, novamente com Portugal como favorito e os checos à espreita, atrás da moita...

Mas desta vez foi diferente. Desde logo porque esta RC é mais fraca, mas essencialmente porque fomos mais espertos e maduros e porque tivemos um goleador em campo. Ronaldo. E que diferença isso faz. E já agora que diferença faz ter Ronaldo mais perto da baliza, mais presente nas zonas onde os matadores têm que estar.

Viu-se ao longo de quase todo o jogo o pânico que o CR7 provocou na extrema-defesa dos checos. E só não marcou mais cedo porque não foi feliz e os postes não quiseram. Mas deu sempre a sensação de que era uma questão de tempo e que era quase inevitável ver Ronaldo festejar ontem.

Esperemos agora que esta alteração (que curiosamente ainda não vi devidamente elogiada - em alguns casos até notada - pela crítica) seja para manter. O contrário seria um erros crasso, ainda mais jogando com selecções como a espanhola ou a francesa, em que poderemos muito bem reforçar o meio-campo e contar com CR7 para desequilibrar, sempre bem secundado por um Nani em grande forma .

Mas, para já, para os adeptos portugueses esta é altura de desfrutar deste apuramento para as meias-finais de um Euro, pela quarta-vez na história e pela terceira nos últimos quatro Europeus - uma verdadeira proeza para o futebol de um país que continua a exigir mundos e fundos à sua Selecção mas que realmente tem poucas razões de queixa da mesma em todo o século XXI. A não ser que se ache que estar sempre entre os melhores do mundo em alguma coisa seja algo de perfeitamente normal para um país como Portugal...

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Palpites do Euro: uma sondagem curiosa



A poucos minutos do início dos quartos-de-final do Euro-2012, é um exercício curioso olhar uma espécie de sondagem que habitualmente  levo a cabo, juntamente com a minha equipa PORTUS87 (www.portus87.com), sobre as grandes competições intenacionais, sob a forma de um concurso de palpites.

- Ao contrário do normal, desta feita menos de metade dos sondados apostou na passagem de Portugal aos quartos-de-final. Em 27 apostadores, apenas 13 levaram Portugal à segunda fase.

- Seis desses 13 iluminados acertaram ainda que Portugal passaria em segundo do seu grupo. Ou seja, de entre os que acreditavam em Portugal no início da prova, a maioria acreditava mesmo! Mas só um  dos 13 acertou no adversário nesta fase: a Rep. Checa (que só teve a confiança de 4(!) em 27 apostadores para chegar aqui. Cuidado com eles!

- Curiosamente no grupo de Portugal 18 "apuraram" a Alemanha para os quartos de final, mas 20 estatelaram-se ao comprido ao passar a Holanda

- Mas o campeão destacado da confiança para passar aos quartos de final é mesmo o campeão da Europa, a Espanha, com 26 apostas (em 27)!

- A confiança de quem apostou em Portugal para chegar a esta fase fica provada pelo facto de os 13 visionários que levaram Portugal para os quartos de final não o deixarem por aí: nem uma previsão de derrota portuguesa no jogo de hoje! E portanto 13 pessoas no total de 12 vê a equipa nas meias-finais.

- As únicas equipas com mais votos do que Portugal para chegar às meias finais são a Alemanha (15), Holanda (16), França (17), Espanha (19)

- Igualmente impressionante é o número de sondados que coloca Portugal na final: 9. Ou seja, daqueles 13 que acertaram na presença nos quartos de final 9 confiam que a equipa vai até ao fim, até à final de dia 1 de Julho.

- Só duas equipas têm mais apostas para serem finalistas: Espanha (12) e Alemanha (10). Outras equipas com  votos para chegar à final: Itália (apenas 1), Rússia (6), Holanda (7), França (8).

- A tendência de confiança estende-se à final: dos 9 que põem Portugal na final, nada mais nada menos do que 8 levam Portugal ao título europeu.

- Ninguém consegue sequer ficar perto. Outras equipas com votos para campeão e aqui há dados mesmo muito engraçados: Itália (1)Espanha (2), Alemanha (3), Rússia (3), França (4) e ... Holanda(5).

- O reduzido número de apostas na vitória final da Espanha, que domina as apostas nas outras fases, explica-se pelo facto de 6 sondados apostarem numa final Portugal-Espanha  (a final mais votada, aliás), com apenas um a dar o palpite de uma vitória espanhola.

E pronto, agora é esperar pelos jogos a eliminar.





terça-feira, 19 de junho de 2012

Europeus destes...todos os anos!

Vamos directos ao assunto: este Europeu está a ser das melhores competições do género de que me lembro!

Jogos bem disputados, forte equilíbrio entre as equipas, atitude positiva perante o jogo, muitos e bons golos (ainda não houve um único empate a zero, algo de inédito, penso eu, nas grandes competições, quase na final da fase de grupos...), nível elevado das arbitragens, correcção quase absoluta entre os jogadores, escassas situações de violência fora do campo (e os ingleses estão lá...), enfim, quase dá vontade de dizer que é bom de mais para ser verdade. E que o melhor é nem falar muito para não dar azar...


O melhor indicador da qualidade deste Euro é o suspense que se viveu até ao último minuto dos jogos de cada grupo desta primeira fase (falta apenas a derradeira jornada do grupo D). Mesmo as equipas que chegaram à última jornada com a possibilidade de assegurar o apuramento com um empate tiveram vida difícil. A vida da Rússia foi tão difícil que implicou um prematuro regresso a casa que ninguém previa. Alemanha e Espanha sofreram a bom sofrer às mãos da Dinamarca e da Croácia, duas selecções pouco cotadas mas que mostraram muita qualidade e consistência futebolística.

E hoje tudo indica que a Ucrânia vai fazer a vida negra a outra equipa à qual basta um empate para seguir em frente:  a Inglaterra. Mais um jogo que promete emoção a rodos, ainda para mais porque os ucranianos jogam em casa e já mostraram que não lhes falta alma, mesmo que não lhes sobre futebol .

Perante isto, deve ser dito que parece quase criminosa a opção da UEFA e do inenarrável Platini de alargarem a fase final do Europeu para 24 equipas, já no França2016. Além da fase de qualificação se tornar especialmente aborrecida, a própria fase final terá com certeza muito menos qualidade e equilíbrio. É caso para dizer "cherchez la femme...", sendo que neste caso (como quase sempre nos nossos dias), o objecto do desejo seja aquilo com que se compram os melões.

domingo, 17 de junho de 2012

Com uma equipa e com Ronaldo tudo é possível

Hoje Portugal foi muito mais equipa do que a Holanda, contou com um Ronaldo a fazer o que melhor sabe e já está! O regresso aos quartos-de-final de um Europeu é um facto, depois de 1984, 1996, 2000, 2004 e 2008. Ou seja, sempre que participamos em fases finais. Enfim, Portugal dá-se bem com os Europeus de Futebol!

Claro que o que mais importava hoje era passar esta fase, mas foi igualmente importante perceber que a equipa está a crescer, mesmo sabendo que não foi inferior à Alemanha no primeiro jogo da prova e que bateu a Dinamarca com todo o mérito, mesmo não deslumbrando.

Disse após o jogo com a Dinamarca que tinha receio de não chegar a ver este Portugal afirmar-se como uma grande equipa neste Europeu. Mas hoje já se viu uma equipa na verdadeira acepção do termo:  à entrega e garra demonstradas desde o primeiro minuto do jogo com a Alemanha, a Selecção juntou, frente aos holandeses, a capacidade de ser consistente, de controlar os ritmos de jogo, de ser um colectivo mais forte e equilibrado do que o seu adversário. E, claro, com um goleador (não precisa de ser um avançado-centro, continuo a dizer) a jogar por nós fica mais fácil, tal como CR7 provou mais uma vez.

Mas é bom que não se entre em euforias depois desta vitória. Até porque bater uma Holanda semi-destroçada como esta não é o mesmo que vencer uma Holanda "normal", que é vice-campeã do mundo. A selecção laranja foi sempre uma equipa desequilibrada, mesmo "partida", sem meio-campo, permitindo aos extremos portugueses incontáveis situações de um para um, bem como eles gostam.

Agora, vem aí a Rep. Checa e veremos se temos, ou não, uma grande equipa. Se assim for, serão mantidos os níveis de concentração, de consistência, de equilíbrio colectivo. Este jogo dos quartos é,. na minha opinião, extremamente perigoso - tudo isto faz-me lembrar o Euro96, no qual estive presente. O favoritismo resultante da fantástica primeira fase (três vitórias) então realizada foi-nos fatal, perante uns checos coesos, pouco brilhantes mas unidos e espertos. Perante a adversidade, não conseguimos manter a concentração e o equilíbrio, e saímos da prova com o sabor amargo de uma grande oportunidade histórica desperdiçada.

O melhor será, portanto, manter a cabeça fria e respeitar o adversário como se de uma Espanha se tratasse. E, acima de tudo, ter a noção de que se num dia bom esta Selecção pode ganhar a qualquer equipa, tem que ter a capacidade de poder vencer mesmo nos dias maus. É isso que fazem as grandes equipas.

Num jogo tudo muda e a Grécia provou-o...outra vez

Tinha escrito no balanço da primeira jornada que tinha a certeza de que muita coisa mudaria até ao final da segunda ronda. Foi o que aconteceu. E o mesmo se aplica à terceira... Como aliás já começamos ver, com a chocante eliminação da Rússia, uma das equipas que melhor futebol apresentara até ao momento.

Mas vamos por partes.

A segunda jornada virou muita coisa do avesso: desde logo, a Rep. Checa que fora esmagada pela Rússia no primeiro jogo e que, por isso, teve direito a precoce guia de marcha por parte da maioria dos analistas, deu a volta ao texto e mercê do trabalho excepcional de duas das revelações do Euro, Pilar e Jiracek, bateu a Grécia, colocando-se em posição de discutir o apuramento (entretanto confirmado com nova vitória, com que afastou um dos organizadores, a Polónia).

No grupo B, foi Portugal que pintou a manta: venceu, num dos melhores jogos do Euro, a Dinamarca e passou a ser segundo da sua série, portanto com boas possibilidades de chegar aos quartos. Mas disso falaremos mais tarde...

O grupo C é o que menos agitação tem proporcionado, em resultado da presença da Rep. Irlanda que é de outro campeonato: o que Platini inventou para o Euro-2016, com 24 equipas, e que enfraquecerá imenso uma prova até hoje marcada pelo equilíbrio. Mesmo assim a Croácia surpreendeu ao manter-se na luta, empatando com muita classe uma Itália (quase) sempre vítima da sua própria mentalidade.

Finalmente, no grupo D a Inglaterra mudou a sua sorte, ao vencer a Suécia noutro dos grandes jogos até ao momento, enquanto a França pôs a Ucrânia com um pé fora do seu campeonato. Mas como ontem provaram, mais uma vez, a Grécia e a Rep. Checa, num jogo tudo pode acontecer e aos ucranianos basta vencerem os ingleses para ocuparam a "sua" vaga.

À luz desta ideia, e destas contas, cuidem-se pois alemães, espanhóis, franceses e todos os outros a quem basta um empate para passarem, porque num instante tudo muda e quando derem por ela podem estar a fazer as malas para uma viagem de regresso que todos temem.



quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ganhar um jogo (grande) mas não uma (grande) equipa

Frente à Dinamarca, Portugal voltou a ter boa atitude, a deixar tudo em campo, e desta vez os deuses do futebol recompensaram a entrega e o esforço. Mas, tenham paciência, Portugal voltou também a mostrar que não é uma grande equipa. Ou seja, para mim este resultado é motivo de alegria mas não de euforia.

As grandes equipas caracterizam-se por saber gerir as vantagens (ainda mais de dois golos), tirar a bola ao adversário, manter a posse, congelar o jogo se necessário e, podendo, matar as partidas tirando partido do desespero adversário.

Com querer e empenho, Portugal chegou cedo ao 2-0 num jogo que se esperava fosse muito complicado porque do outro lado estava uma equipa que se sentia confortável a jogar na expectativa. Os resultados da primeira jornada permitiam à Dinamarca essa postura especulativa de que tanto gosta e obrigavam Portugal a arriscar mais.

Sem jogar bem, mas com muito mérito, tivemos o jogo na mão. E depois quase o entregamos de bandeja. Porque não soubemos ter a bola, porque Ronaldo voltou a mostrar que aguenta muito bem a pressão mas só no Real Madrid (continuem os que "andaram lá dentro" a dizer que os jogadores deste nível não sofrem de ansiedade em certos momentos...), e porque não somos uma equipa consistente. Por incrível que pareça uma Dinamarca sem "craques" nem "dos melhores do mundo" é muito mais equipa que Portugal.

Valeu-nos no fim, após o 2-2, a tal atitude positiva, lutadora, e um improvável herói chamado Varela, que desta vez teve a felicidade que lhe faltou frrente à Alemanha. E ainda bem!

Agora, há que preparar o jogo do mata-mata com a Holanda, em que, dada a derrota holandesa com a Alemnha, até um empate pode perfeitamente chegar (!), manter os pés no chão e derrotar a euforia que se vai instalar, como sempre, entre os adeptos e os media. Nada a que não estejamos habituados.



PS: Só para se perceber como as contas de apuramento deste grupo podem ser surreais: mesmo perdendo com a Holanda podemos ficar apurados. Para isso seria necessário que perdessemos por apenas um golo e que a a Dinamarca perdesse com a Alemanha por mais de um golo... E esta, ah?

terça-feira, 12 de junho de 2012

Shevchenko, o primeiro herói

Já todas as equipas actuaram no Euro-2012.

Sem que se possa falar de uma primeira jornada brilhante, a verdade é que a qualidade dos encontros até ao momento tem sido razoável. Para já ainda não houve qualquer nulo, o resultado mais visto foi o 1-1 (três encontros) e foram já  marcados 20 golos (em 8 encontros) a uma média de 2.5 por jogo. Mada mau.
Até porque ainda é cedo, prefiro para já uma análise pouco exaustiva, simples e directa, centrada nas equipas que mais de destacaram, positiva e negativamente.

Jogo mais interessante: Espanha, 1 - Itália, 1
Jogo mais aborrecido: Portugal, 0 -Alemanha, 1/ França, 1 -Inglaterra, 1
Equipa mais impressionante: Rússia - será desta?
Equipa favorita que mais confirmou condição: Espanha
Equipa mais fraquinha: Irlanda
Equipa que mais desiludiu: Holanda
Equipa que apresentou candidatura ao título: Itália.

Grande momento: Foram dois: os golos de Shevchenko, frente à Suécia, que em 5 minutos, deram a volta ao jogo e levaram os adeptos ucranianos à loucura.

Figura: Andriy Shevchenko 35 anos, renascido das cinzas.

Melhor golo: o primeiro de Shevchenko, num voo "à Falcao".

Venha a segunda jornada. Em que, com certeza, como sempre, muita coisa mudará.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Portugal com menos 10%

                                                  Holanda 1988: começou mal e.acabou...campeã da Europa


A Selecção perdeu no arranque do Euro com a Alemanha. Ok. Há sempre várias maneiras de ver a mesma coisa. Entremos, por exemplo, no campo da pura estística. Que como todos sabemos, porque nos dizem os clichés, "vale o que vale". O que quer dizer que às vezes vale e outras vezes nada vale.

Dizem todos os entendidos, e até os não-entendidos, que neste tipo de competições breves, como o Euro-2012, o primeiro jogo é fundamental, muitas vezes mesmo decisivo. Assim sendo, a Selecção  está praticamente arrumada. Ainda mais num grupo como o B, o "da morte", diria eu.

Ora, é nestas alturas que a estatística cai que nem ginjas. Portanto, o melhor será mesmo ver o que aconteceu a todas as selecções que em fases finais dos campeonatos da Europa (desde que estas têm uma fase de grupos - ou seja, 1980) perderam o primeiro jopo.

O resultado é o seguinte: nos 28 casos em que uma selecção perdeu o seu jogo inaugural, em 17 deles não conseguiu ficar nos dois primeiros lugares do grupo (sendo, assim, eliminada da prova) e em 11 alcançou os dois primeiros lugares e seguiu em frente.

Isto quer dizer, em termos probabilísticos simples, que com base na história dos campenatos da Europa, perder o primeiro jogo faz baixar as possibilidades de apuramento dos 50% (passam duas equipas das quatro que compõem os grupos) para 39.3%.

É essa a situação de Portugal após a derrota com a Alemanha. Sendo que, claro, esta é uma análise simplificada (simplista, dirão alguns), já que se pode afirmar que perder com a Alemanha não é a mesma coisa do que perder com a Dinamarca, por exemplo. Mas isso...

Só algumas notas curiosas para terminar:

- em 1980, a Checoslováquia (campeã em título) perdeu o seu jogo inaugural com a RFA (vice-campeão em título). No fim do torneio, a RFA foi campeão e a Checoslováquia foi... terceira classificada.

- no Euro seguinte, 1984, a Dinamarca perdeu o seu primeiro encontro, com a França (que viria a ser campeã) e acabou em... terceiro lugar.

- quatro anos depois, 1988, a Holanda perdeu o primeiro jogo com a URSS; três semanas depois as duas equipas estavam a disputar a final, com vitória holandesa.
- em 1996, a República Checa perdeu na estreia com a Alemanha. Os checos chegaram depois à final, que perderam com a... Alemanha.

- em 2004, uma história bem familiar...Portugal perdeu com a Grécia no seu jogo de abertura e voltou a fazê-lo...na final.´

- em 2008, nos quatro grupos, três equipas começaram a perder e passaram à fase seguinte: Turquia, Russa e Itália. Russos e Turcos acabariam como terceiros classificados da prova.

- e uma nota final: com a excepção de dois europeus (1992 e 2000) registaram-se sempre casos de selecções que transformaram derrotas na estreia em provas bem-sucedidas. Porque não Portugal em 2012?!

domingo, 10 de junho de 2012

Até a sorte do jogo não quer nada connosco!


Há anos a esta parte que organizo, juntamente com a minha equipa amadora de futebol e futsal, um concurso de palpites entre amigos sobre as grandes competições internacionais. Por normas os "apostadores" demonstram grande confiança na selecção portuguesa, sempre com muitos palpites a daram Portugal como campeão ou a chegar longe nas competições. E raramente alguém deixou a selecção fora de uma fase eliminatória.

Desta vez tudo é diferente. Numa primeira leitura das apostas recebidas sobre o Euro2012 parece-me que para a maioria dos "apostadores" Portugal não passa da primeira fase. Significativo.

Escrevi ontem antes do jogo com a Alemanha que essa falta de optimismo geral podia ser um contexto interessante para a equipa portuguesa, tendo até em conta a história da seecção nacional. E a verdade é que neste primeiro jogo no Euro Portugal apresentou-se bastante bem, com personalidade, e nunca foi inferior aos alemães. A atitude foi sempre uma das armas da equipa e nesse particular será desonesto criticar os jogadores.

Sinceramente, continuo a achar que muitas das opções de Paulo Bento não ajudaram nada: o sistema de jogo contemplando dois extremos e um avançado-centro (posição em que temos evidentes limitações ...), a aposta simultanea em dois laterais que defendem menos bem, a escolha de Miguel Veloso para a posição "6" (para a qual lhe falta dinâmica).

Mas, claro, são opções e é Paulo Bento que tem que as tomar. É fácil falar de fora e muito perigoso, já que não se dispõe de toda a informação.

Agora, uma coisa é certa: dispensava-se bem era a falta de sorte para agravar as coisas. Penso ser indiscutível que foi grande a falta de sorte da equipa portuguesa em diversos momentos do jogo e isso custou-nos uma derrota que pode ser muito comprometedora. Dispusemos das melhores ocasiões de golos (2 ou 3 claríssimas), e os alemães marcaram em meia-oportunidade, ainda por cima com um ressalto traiçoeiro pelo meio.

Ora, a sorte do jogo existe mesmo, por muito que muitos desvalorizem este factor na decisão dos jogos. Eu não. E a experiência de ver muito futebol continua a confirmar-me que faço bem.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

PORTUGAL, PORTUGAL, DE QUE É QUE ESTÁS À ESPERA?

Terminada a primeira jornada do grupo A, de A Leste (do Paraíso), com a Rússia a confirmar aquilo que escrevi ontem (sabe bem acertar umas coisitas de vez em quando, embora isto ainda esteja apenas a começar), está na hora da verdade para a Selecção Portuguesa.

A expressão de uma canção de Jorge Palma que dá título a este texto tem aqui um sentido bem diferente do da música. Aqui refere-se mais às expectativas dos portugueses em relação à sua equipa nacional de futebol para o jogo com a Alemanha, no seu arranque no Euro-2012.

Posso enganar-me muito ou estamos nesse particular no ponto certo: não esperamos nada de bom. Ora assim se as coisas correram mal não vai custar tanto. Isto pode parecer de um simplismo absurdo, mas são mais que muitos os exemplos da bondade passada de situações destas na história da Selecção. Quando parecemos por baixo, quase enterrados, é que nos arrebitam o brio e a genica.

Pode ser que esta seja a melhor forma da equipa portuguesa deitar mão da força de vontade para fazer frente à adversidade e ao pessimismo agora dominante, agravados pelas afirmações inflamadas de Manuel José e Carlos Queiróz.

Se alguma coisa pode acordar esta equipa e alguns dos seus ensonados jogadores são este tipo de expectativas e provocações. Se não for isto, nada será. E, arriscando-me a estar aqui amanhã por esta hora a dar o braço a torcer, acredito que os críticos e catastrofistas nacionais serão os grandes responsáveis por uma grande surpresa no segundo jogo do Grupo B, amanhã em Lviv.

Dava era jeito que o Paulo Bento ajudasse um pouco: João Pereira e Fábio Coentrão nunca simultâneamente; Miguel Veloso bem descansadinho no banco, acompanhado pelos três avançados-centro. Portugal a jogar com o meio-campo bem preenchido e Ronaldo e Nani bem soltos na frente a porem os duros rins dos defesas alemãs todos torcidos, lançados pelos passes teleguiados de Viana.

E se jogarem bem juntos a defender, totalmente empenhados e concentrados, capazes de lutar até ao fim, sem medo de assumir uma postura de contra-ataque que não signifique subjugação ou inferiorização, vocês verão se não vamos sair do jogo de amanhã como favoritos ao título, principalmente na boca dos agora amargurados e deprimidos adeptos portugueses.




quinta-feira, 7 de junho de 2012

Que comecem os jogos!



Já estamos fartos de conversa, entretenimento variado, mensagens de apoio enlatadas, críticas invejosas, foruns histéricos. Queremos é a bola a rolar. Afinal de contas, aquilo que interessa para quem gosta de futebol.

E, depois, sim, falar do jogo, mas com assunto - o próprio jogo, ou jogos, melhor dizendo.

Por isso, para já fica esta sensação de antecipação, de expectativa perante mais uma grande competição internacional, daquelas que nos enchiam os dias de férias da nossa meninice, com a alegria de quem raramente via futebol na TV e que de repente tinha dezenas de jogos à sua frente.

Uma barriga cheia de futebol ao mais alto nível para autênticos esfomeados. Agora é bem diferente e se calhar já nem lhe damos valor. Mas para mim continua a ser especial, mágico, e espero que nunca deixe de ser.

Ainda para mais, desde há muitos anos temos a sorte da selecção portuguesa estar presente, sem falhas. Em todo o novo século nem uma ausência. Notável. Mas mesmo assim há quem se queixe!

Não vou dizer que estou optimista quanto ao comportamento desportivo da selecção de Paulo Bento. A equipa está longe dos seus tempos aureos, de 2000 a 2006. Continuamos a fiar-nos que temos dos melhores jogadores do mundo e que eles fazem a diferença quando chegar a altura, mas qualidade média da equipa tem vindo a decrescer, com algumas posições muito debilitadas. Estamos num grupo realmente de "morte", juntamente com três equipas que estão à nossa frente no Ranking FIFA (e nós somos 10ºs!). Enfim, muita coisa que pode pesar negativamente.

Ou seja, pode muito bem correr mal. Mas pode correr bem. E para isso basta estarmos lá! Não marcando presença é que é impossível "botar figura"! O Chelsea 2012 que o diga; a Dinamarca 92 e a Grécia2004 provam-no. Por isso, é esperar para ver. E depois, falar.

O que não quer dizer que não possamos dar opiniões e discutir academicamente opções, sistemas, formas de jogar. Academicamente, porque não estamos lá, não temos os dados todos do que se passa, de quem treina bem e mal, do que se passa nos estágios, etc.

Deixo assim duas notas apenas do que me parece mais relevante nesta altura sobre a selecção portuguesa.

1. Dada a falta de um bom avançado-centro e a necessidade de preencher o meio-campo perante equipas de enorme qualidade ofensiva que vamos defrontar (principalmente Alemanha e Holanda), seria bom que Paulo Bento tivesse um plano b preparado para o 4-3-3. Até porque Ronaldo e Nani defendem pouco e mal. Não seria de pensar em utilizar esta dupla como avançados soltos (ao estilo do que chegaram a fazer no Man. United), com um meio-campo de quatro elementos, com Custódio (trinco), Meireles e Moutinho (interiores) e Viana a lançar os dois criativos avançados?

2. Tenho dúvidas que Bento entre com dois laterais tão debeis a defender como Pereira e Coentrão. E se o fizer, mais um motivo para jogar Custódio. Até porque Veloso continua a não convencer ninguém.

Termino com duas fezadas, palpites de adepto que já passa uma parte importante do seu tempo a pensar Europeu.

1. Espanha, Holanda e Alemanha são as minhas três favoritas para ganhar este Europeu. Mas tenho a sensação de que a Rússia será a grande surpresa.

2. Do lote das selecções que têm falhado quase sempre nos grandes momentos nos Europeus mais recentes uma pelo menos deverá destacar-se desta vez. É quase a lei das probalidades em acção. Assim, de entre França, Itália e Inglaterra (esta tem falhado é sempre...) sairá um dos finalistas...Digo eu.


Que os jogos comecem de uma vez por todas!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

O Europeu dos Europeus




Já é habitual dizer-se que os Campeonatos da Europa são mais competitivos do que os Mundiais. Metade das equipas mas com qualidade muito mais equilibrada. Ou seja, Mundiais sem Argentina e Brasil - e Uruguai, acrescento, por uma questão de justiça histórica.

O Euro-2012 tem ainda outro ingrediente extra para aumentar as expectativas: entre as 16 selecções encontram-se TODAS as nove campeãs anteriores: Alemanha (3 vezes), Itália (1), Espanha (2), França (2), Holanda (1), Rússia (1 - URSS), República Checa (1 - Checolslováquia), Dinamarca (1), Grécia (1).

Ninguém se atreverá a negar que existem algumas selecções mais favoritas do que as outras, como sempre acontece. Espanha (campeã do Mundo e da Europa em título), Alemanha (vice-campeã europeia) e Holanda (vice-campeã do mundial), são unanimemente consideradas as teoricamente mais fortes. E, note-se, que alemães e holandeses encontram-se no grupo de Portugal. Da morte, portanto. Espera-se que não...

No entanto, os últimos Europeus deixaram bem claro que esta é uma prova de difícil antecipação. Não é por acaso que houve seis campeões diferentes nos últimos seis campeonatos- E entre aqueles, selecções como a Dinamarca (1992) e Grécia (2004), que não partiam (longe disso) como favoritos nas provas que conquistaram.

Teremos repetentes  de grande fôlego destes últimos seis campeões, nomeadamente Alemanha, Espanha, França, Holanda ou haverá novidades? E o que poderão fazer equipas históricas como a Itália, apenas uma vez campeão, no longíquo ano de 1968? Ou a Rússia e a Checoslováquia, herdeiras de antigos campeões? Ou ainda vice-campeões relativamente recentes, como Portugal?

E, já agora, será a vez de brilharem selecções até agora sem presenças em finais na história dos Europeus: as da casa - Polónia e Ucrânia -, ou Inglaterra, Suécia, Irlanda e Croácia?


Enfim, apesar do cansaço e desgaste óbvios com que os jogadores cda vez mais chegam às grandes provas, este Euro-2012  tem tudo para ser uma lauta refeição para os "esfomeados" da bola. Assim seja.